"Hoje acordei para ser feliz, nada menos que isso."

quarta-feira, 26 de março de 2014

Eu cansei do mundo evoluído...


Eu cansei de ser perdoada, compreendida e aceita. 
Eu cansei do mundo evoluído, 
porque eu sou bicho e esse mundo evoluído me humilha demais. 
Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, 
e que ficar longe de tudo dói, 
e que ficar dentro de tudo dói, 
e que estar aqui, agora, dói pra cacete? 
Alguém aí pode admitir por um segundo a inveja, 
o cansaço, o ciúme, a dor, 
a porra toda que essa química causa no nosso cérebro 
quando se espalha sem pedir permissão 
e joga essa doença toda pra cima da gente, 
a gente que estava calmamente vivendo nossa vidinha idiota? 
Alguém aí pode deixar de segurar na muleta social do divertimento, 
jogar copos longe, 
cigarros longe, 
bocas alheias, 
fugazes e desconhecidas longe, 
roupas longe, 
colares e pulseiras longe, 
poses e armações de sutiãs longe? 
Alguém pode me dar um murro na boca e me prender ao pé da cama, por favor?

Tati Bernardi

Confissões De Um Sábado à Noite


" Eu me sentei na esquina da tua rua pra sonhar um futuro bonito.
E caminhei sozinha por ruas que caminhamos juntas pra tentar trazer você de volta. Eu passei na porta da tua casa e esperei você aparecer na janela da sala, mas você não estava ali. Eu te procurei nos bares de meia luz da cidade velha e você não estava sentada em nenhum deles. Você estava aqui, dentro. Tu estás sempre comigo.
O sol chegou depois de eu tanto me esforçar pra acreditar que ele um dia viria. Ele chegou. O sol sempre esteve aqui, era eu quem não estava. Tu estavas. Eu estava, mas precisava desejar. E digo desejar com força, desejo carregado de desejo. Eu precisava saber te amar como mereces. Eu te amo. Como mereces, tal qual. Tenho sede de ti. Ando pelos dias desejando-te como o peregrino que deseja água. Desejando-te. Desejando. Penso em ti desde que desperto até a hora de dormir, em paz. Pacientemente. Como o arquiteto que olha as paredes de tijolo cru e vê seu projeto já concluído. Sem pressa, trabalhando melindrosamente, mas com o coração ansiando que os meus olhos te vejam todos os dias até o dia que eles não puderem mais se abrir. É o nosso momento, meu amor. O nosso ... "

Te espero !!!
Vem ...

( Dani Cabrera )

Augusto Cury...


Aproveite as oportunidades que a vida lhe oferece. 
Encontre o oásis em seus desertos. 
Os perdedores veem os raios. 
Os vencedores veem a chuva 
e com ela a oportunidade de cultivar." 

 Augusto Cury

Ita Portugal


"A vida não me cansa 
porque amanhã ainda tenho 
um bocado de ilusões 
e um sonho doido 
pra dar certo." 

Ita Portugal

Espelho, espelho meu, existe alguém mais egoísta do que eu?


 Sou apenas um reflexo desse mundo individualista, onde todos estão voltados para o próprio umbigo.
Meu marido, meu lar, minha profissão, minha agenda, minha cabeça, meu coração, tudo meu, meu, meu. O que acontece com os outros que possa vir a me interessar? A experiência deles, talvez, mas nunca um fato que seja alheio à minha pessoa, que não me comova ou me alimente. O inferno são os outros sem atrativos para mim.
Megera, assumo. Meu egoísmo não é material, não é financeiro: gosto de dinheiro mas não sou escravizada por ele, distribuo o pouco que ganho sem pesar. Meu egoísmo é o de não conseguir repartir emoções. Não tenho conseguido nem dar nem receber. Só atento para o que nasce em mim e em mim se desfaz, morre, é consumido.
Meu egoísmo é revelar só um pedaço do que sou, só a parte boa, a mocinha da história. Tenho, dentro de mim, um elenco de coadjuvantes que não deixo que brilhem, que não dão autógrafos nem saem nas capas de revista. Egoísta. Poupando o mundo do meu lado sórdido, que costuma ser o mais interessante.


Divã – Martha Medeiros

“Se cada um pensasse somente coisas boas durante um minuto, 
nossa atmosfera ficaria irreconhecível. 
Energia é coisa séria, poderosa e real.” 

Mirna Rosa

domingo, 17 de março de 2013

..." Não Goste Somente do Amor "...


"Goste de alguém que te ame, alguém que te espere, alguém que te compreenda mesmo nos momentos de loucura;
De alguém que te ajude, que te guie, que seja seu apoio, tua esperança, teu tudo.
Não goste do amor...
Goste de alguém que não te traia,
que seja fiel, que sonhe contigo, que só pense em você, que só pense no teu rosto, na tua delicadeza, no teu espírito.
E não no teu corpo, nem em teus bens.
Não goste do amor ...
Goste de alguém que te espere até o final, de alguém que sofra junto contigo, que ria junto a ti, que enxugue suas lágrimas, que te abrigues quando necessário, que fique feliz com tuas alegrias e que te dê forças depois de um fracasso.
Não goste do amor ...
Goste de alguém que volte pra conversar com você depois das brigas, depois do desencontro. De alguém que caminhe junto a ti, que seja companheiro, que respeite tuas fantasias, tuas ilusões.
Goste de alguém que te ame."...


Desistir...



"... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério;
é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça."

(Cora Coralina)


Nunca é tarde demais...


Nunca é tarde demais para mudar. 
Nunca é tarde para se tomar uma providência.
 Nunca é tarde demais para lembrar que um dia já fomos românticos. 
Nem nunca é tarde para dizer eu te amo.
 Nunca é tarde demais para se aprender uma nova língua.
 E também nunca será tarde para correr atrás daquele sonho.
 E nem daquele amor. 
Nunca é tarde demais para se buscar um ideal. 
Nunca é tarde para começar a cuidar da saúde.
 Nunca é tarde demais para conquistar novos amigos. 
Nunca será tarde para fazer aquela viagem. 
Nunca é tarde demais. 
Nunca é tarde demais para começar tudo de novo!



Victoria Almeida


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Última Viagem...



Era tarde da noite, 
quando o taxista recebeu o chamado. 
Dirigiu-se para a rua e número indicados. 
Tratava-se de um prédio simples, 
com uma única luz acesa no andar térreo. 
Ele pensou, logo, em buzinar e aguardar. 
Mas também pensou que alguém que 
chamasse o táxi, 
tão tarde, 
poderia estar com alguma dificuldade. 
Por isso, saiu do carro, 
foi até a porta e tocou a campainha. 
Ele ouviu som como de algo se arrastando, 
uma voz débil dizer: 
Estou indo. Um momento, por favor. 
uma senhora idosa, pequena, franzina, 
com um vestido estampado, abriu a porta. 
Equilibrava-se em uma bengala, e, 
na outra mão, trazia uma pequena valise. 

Ele olhou para dentro e percebeu que todos os móveis estavam cobertos com lençóis. 
Pode me ajudar com a mala? Disse a senhora. 
Ele apanhou a mala e ajudou a passageira 
a entrar no táxi. Ela forneceu o endereço e pediu: 
Podemos ir pelo centro da cidade? 
Mas o caminho que a senhora sugere é o mais longo?, observou o taxista. 
Não tem importância, afirmou ela, resoluta. 
Não tenho pressa. 
Desejo olhar a cidade, pela última vez. 
Estou indo para um asilo, 
porque não tenho mais família e o médico me 
disse que morrerei breve. 

O taxista, que começara a dar partida, 
desligou o taxímetro, sutilmente. 
Olhou para trás, fixou-a nos olhos e perguntou: 
Aonde mesmo a senhora gostaria de ir? 
E ele a levou até um prédio, na área central da cidade.
Ela mostrou o edifício onde fora ascensorista, 
quando era ainda mocinha. 
Depois, foram a um bairro onde ela morou, 
recém-casada, com seu marido. 
Apontou, mais adiante, o clube onde dançou, 
com seu amor, muitas vezes. 

De vez em quando, 
ela pedia que ele fosse mais devagar ou parasse 
em frente a algum edifício. 
Parecia olhar na escuridão, no vazio. 
Suspirava e olhava. 
Assim, as horas passaram e ela manifestou cansaço: 
Por favor, agora estou pronta. 
Vamos para o asilo. 
Era uma casa cercada de arvoredo e, 
apesar do horário, ela foi recepcionada, 
de forma cordial por dois atendentes. 
Logo mais, já numa cadeira de rodas, 
ela se despediu do taxista. 
Quanto lhe devo? 

Nada, disse ele. É uma cortesia. 
Você tem que ganhar a vida, meu rapaz!
Há outros passageiros, respondeu ele. 
E, sensibilizado, 
inclinou-se e a envolveu em um abraço afetuoso. 
Ela retribuiu com um beijo e palavras de gratidão: 
Você deu a esta velhinha um grande presente. 
Deus o abençoe.
Naquela madrugada, 
o taxista resolveu não mais trabalhar. 
Ficou a cismar: 
E se tivesse, como muitos, 
apenas tocado a buzina duas ou três 
vezes e ido embora? 

E se tivesse recusado a corrida, 
pelo adiantado da hora? 
E se tivesse querido encerrar o turno, 
de forma apressada, para ir para casa? 
Deu-se conta da riqueza que é ser gentil, 
dedicar-se a alguém. 
Dois dias depois, retornou à casa de repouso. 
Desejava saber como estava a sua passageira. 
Ela havia morrido, na noite anterior. 
Por vezes pensamos que grandes momentos 
são motivados por grandes feitos. 
Contudo, existem coisas mínimas que 
representam muito para uma vida. 
O importante é estar atento, 
a fim de não perder essas ricas oportunidades 
de dar felicidade a alguém. 
Mesmo que seja um simples passeio pela cidade, 
uma ida ao cinema, uma volta pelo jardim, 
um bate-papo num final de tarde, 
atender um telefonema na calada da noite. 
Pense nisso! 
E esteja atento para as coisas mínimas, 
os gestos quase insignificantes. 
Eles podem representar, para alguém, 
toda a felicidade.