"Eu te peço perdão por te amar de repente...
Embora o meu amor..
seja uma velha canção nos teus ouvidos...
Das horas que passei à sombra dos teus gestos...
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos...
Das noites que vivi acalentando...
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçurados que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas...
nem a fascinação das promessas...
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,um transbordamento de carícias...
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta...
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora."
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