
Eu sinto medo de ti...
Medo das barreiras que me impões,
sem palavras...
e que meu coração interpreta angustiado...
nas entrelinhas do que não dizes ...
Tua doçura é névoa tênue e traiçoeira...
A esconder muralha férrea...
com a qual me choco tantas vezes...
Entre perplexa e aparvalhada...

Eu sinto medo de ti...
Porque és todo razão...
Auto-controle e frieza...
Jamais te soltas...
E te desmanchas em paixão...
E as vezes és de uma dureza...
A prova de qualquer compaixão...
Porque és capaz de desnudar-me...
De todas as camadas...
Deixando-me quase em carne viva...
Enquanto não perdes sequer um pêlo...
A pele ou o vício de lobo predador...
Velho de guerra,conhecedor da minha alma...
E da alma de tantas mulheres...

Eu sinto medo de ti...
Porque sonegas os "backs" ...
De todos os meus "feeds"...
E negas respostas às perguntas cruciais...
Me tens nas mãos feito marionete...
Me confundes e me desmontas sem nenhuma culpa...
Como se minhas dores fossem banais.

Eu sinto medo do amor que me despertas...
Tão grande e visceral...
Sinto medo da amplidão de todas as minhas expectativas...
Sinto medo da mágoa, que intensa, caminha paralela ao meu amor...
Dos extremos, da luz e da escuridão...
Do céu e inferno,dos tantos altos e baixos
Que permeiam cada capítulo e cada cena do nosso roteiro...

Ah! Homem amado e faceiro...
Pedaço de mal caminho...
Ladrão de corações, tinhoso e perigoso!
Tens o condão de fazer-se amar !......
Um dia ainda curo-me de ti e vou te deixar...
E ao conseguir tal feito, presto aqui um juramento...
Hei de deixar escrito um manual ou cartilha...
Para que outras não caiam na tua armadilha...
Mas, ainda assim, amo-te... só para mim...
(...............)