Ó Mulher!
Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se entorce amargurada!
Quantas morrem saudosas duma imagem,
Adorada, que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem,
Enquanto a boca ri alegremente.
Quanta paixão e amor às vezes têm,
Sem nunca o confessarem a ninguém...
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade Dum Rei!
Amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento...
(Florbela Espanca)
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